
Autoras:
Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga – Mãe, fisioterapeuta neurofuncional da criança e do adolescente, apaixonada por bebês, PhD, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Goiás, [email protected]
Nayara Rodrigues Gomes de Oliveira – Mãe, fisioterapeuta neonatal, PhD, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás – [email protected]
O torcicolo congênito é uma condição que, apesar de comum, pode causar dúvidas e preocupações em pais e cuidadores. Trata-se de uma alteração músculo-esquelética que pode ser percebida já nas primeiras semanas de vida do bebê. Entender os sinais e a importância do tratamento logo cedo é essencial para promover um desenvolvimento saudável.
O que é torcicolo congênito?
O torcicolo congênito ocorre quando o músculo esternocleidomastóideo, localizado no pescoço, está encurtado. Esse músculo é responsável por movimentos como rotação e inclinação da cabeça. Quando encurtado, ele faz com que a cabeça do bebê fique inclinada para um lado e o rosto voltado para o lado oposto, comprometendo a simetria dos movimentos.
Como identificar?
É importante que pais e cuidadores observem alguns sinais de alerta nos primeiros meses:
- O bebê tem preferência por olhar para um lado e dificuldade para girar a cabeça para o lado oposto.
- Presença de um nódulo ou inchaço palpável no pescoço.
- Assimetria evidente na posição da cabeça.
- Desconforto ou choro ao tentar movimentar a cabeça.
Esses sinais podem ser notados em momentos simples do dia a dia, como durante a amamentação ou quando o bebê tenta seguir objetos e o rosto das pessoas com o olhar.
Diagnóstico e conduta: o que fazer se notar algo diferente?
O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação clínica detalhada, geralmente durante consultas pediátricas, e pode ser confirmado com exames de imagem, como ultrassom. Se o torcicolo congênito for diagnosticado, o próximo passo é buscar tratamento.
A Fisioterapia é considerada o tratamento de primeira linha e deve ser iniciada o mais cedo possível. Por meio de exercícios, alongamentos e técnicas específicas, o fisioterapeuta ajuda a restaurar a simetria e os movimentos funcionais do bebê.
Além disso, o papel da família é fundamental. Algumas práticas que podem ajudar no tratamento incluem:
- Alternar o lado do berço ou da posição de amamentação para estimular o movimento do pescoço.
- Usar brinquedos e estímulos visuais para incentivar o bebê a olhar para o lado menos preferido.
- Ajustar a posição do bebê no colo ou ao dormir, sempre com a orientação de um profissional.
Por que o tratamento é tão importante?
Se não tratado, o torcicolo congênito pode impactar outras etapas do desenvolvimento motor do bebê, como o controle da cabeça, o engatinhar e até a postura ao sentar ou andar. O diagnóstico adequado, aliado ao trabalho em equipe entre os profissionais de saúde e a família, é a chave para uma recuperação completa.
Lembre-se: se você notar algo diferente, converse com o pediatra ou procure um fisioterapeuta especializado em bebês. Quanto mais cedo o tratamento começar, maiores serão as chances de o seu bebê superar essa condição sem impactos futuros.