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A proibição de telas nas escolas

Nos últimos anos, a questão do uso de telas, como tablets e smartphones, nas escolas tem sido um tema amplamente debatido. A crescente preocupação com o tempo que crianças passam diante de dispositivos digitais levou a algumas escolas a adotar políticas de proibição. Essa decisão levanta questões importantes sobre o desenvolvimento infantil e a primeira infância, que merece ser cuidadosamente analisada.

O desenvolvimento infantil é um processo complexo que envolve múltiplas dimensões: emocional, social, cognitiva e física. A primeira infância, que abrange os primeiros cinco anos de vida, é um período crucial em que as bases para a aprendizagem futura são estabelecidas. Durante esse estágio, as crianças estão em um processo de intensa exploração e descoberta do mundo ao seu redor.

Vários estudos indicam que o uso excessivo de telas pode ter impactos negativos no desenvolvimento. Por exemplo, a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que crianças de 2 a 5 anos não devem ter mais de uma hora de tela por dia, e que essa exposição deve ser acompanhada por um adulto. Isso se deve ao fato de que, em excesso, as telas podem reduzir a interação social, afetar o sono e prejudicar o desenvolvimento da linguagem e habilidades motoras.

Um estudo publicado no JAMA Pediatrics revelou que crianças que passam mais tempo em dispositivos digitais têm maiores chances de apresentar dificuldades em habilidades de linguagem e desenvolvimento social. A pesquisa aponta que a interação face a face é essencial para a formação de conexões emocionais e sociais, fundamentais para o crescimento saudável. Com essas evidências em mente, a proibição de telas nas escolas pode parecer uma solução lógica para proteger as crianças. No entanto, é fundamental considerar que o uso consciente e equilibrado de tecnologia também pode oferecer benefícios significativos. Ferramentas digitais podem ser utilizadas para complementar o aprendizado, oferecendo acesso a conteúdos educativos e interativos que podem enriquecer a experiência escolar.

A chave está em encontrar um equilíbrio. Em vez de uma proibição total, as escolas poderiam focar em educar tanto crianças quanto pais sobre o uso responsável da tecnologia. O objetivo deve ser sempre promover o desenvolvimento saudável, integrando as tecnologias de forma que enriqueçam, em vez de substituírem, as experiências de aprendizagem e socialização.

É importante lembrar que cada mãe e cada família têm suas próprias realidades e desafios. As escolhas em relação ao uso de telas e à educação das crianças são profundamente pessoais e podem variar amplamente. Algumas mães podem se sentir mais confortáveis permitindo o uso de dispositivos em determinadas situações, enquanto outras podem optar por limitar essa exposição. O que importa é que essas decisões sejam respeitadas e apoiadas, sem julgamentos.

Na Mamãe Pingo, acreditamos que a maternidade deve ser um espaço de acolhimento e compreensão. Cada mãe deve ser livre para escolher o que é melhor para seus filhos, considerando suas necessidades e contextos individuais. Nossa missão é proporcionar um ambiente onde as mães possam compartilhar experiências, buscar informações e encontrar apoio, sem a pressão de se encaixar em padrões ou expectativas externas. A discussão sobre a proibição de telas nas escolas é um reflexo de um debate mais amplo sobre o desenvolvimento infantil na era digital. Enquanto a proteção das crianças é essencial, é igualmente importante considerar a forma como as tecnologias podem ser integradas de maneira saudável e educativa. Promover uma maternidade sem julgamentos é fundamental para que cada mãe possa tomar decisões informadas e alinhadas com suas realidades.


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    Referências bibliográficas

    Academia Americana de Pediatria (AAP). (2016). Media Use in School-Aged Children and Adolescents. Pediatrics, 138(5), e20162592. doi:10.1542/peds.2016-2592.
    Link: AAP Media Use Guidelines

    Hinkley, T., Carson, V., Hesketh, K. D., & Teychenne, M. (2015). The relationship between preschool children’s physical activity, screen time, and behavioral difficulties. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 12(1), 1-8.
    Link: Hinkley et al. (2015)

    Hale, L. & Guan, L. (2015). Screen Time and Sleep among School-Aged Children and Adolescents: A Systematic Literature Review. Sleep Medicine Reviews, 19(1), 32-42. doi:10.1016/j.smrv.2014.01.002.
    Link: Hale & Guan (2015)

    Radesky, J. S., Feder, J., & Lurie, S. J. (2020). The Impact of Screen Time on Child Development: A Review. Pediatrics, 146(5), e20201347. doi:10.1542/peds.2020-1347.
    Link: Radesky et al. (2020)

    American Academy of Pediatrics. (2020). Digital Media: A Public Health Perspective. Pediatrics, 146(5), e20201709. doi:10.1542/peds.2020-1709.
    Link: AAP Public Health Perspective

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